Homenagens e exibição de registros de família e filmes domésticos marcam abertura do Arquivo em Cartaz 2017

Cerimônia contou com curtas pertencentes ao acervo de importantes instituições de guarda além de homenagens ao Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB) e ao arquivista Clovis Molinari Jr.. Na terça-feira, programação contará com debate, sessões da Mostra Competitiva e pré-estreia nacional

Nesta segunda-feira, dia 04 de dezembro, teve início a terceira edição do Arquivo em Cartaz – Festival Internacional de Cinema de Arquivo que segue com a programação até o dia 08/12 no Arquivo Nacional (Praça da República, 173 – Centro/ Rio de Janeiro) e de 08 a 13/12 no Cine Arte UFF (Rua Miguel de Frias, 9 – Icaraí/ Niterói). Embalada pelo frescor da noite carioca, a abertura oficial do evento aconteceu no Cine-Pátio, cinema ao ar livre montado especialmente para o festival. A cerimônia foi marcada pela entrega do Troféu Batoque aos homenageados desta edição: o historiador, pesquisador, realizador de filmes e vídeos e produtor cultural, Clovis Molinari Jr., e o Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro (CPCB), representado pela presidente da instituição, Myrna Brandão. A exibição de um documentário da Mostra Homenagem dirigido por Clovis Molinari Jr e de curtas da Mostra Acervos, composta por registros de acervos de prestigiadas instituições de guarda da América Latina, completaram a programação.  

"Oficialmente, o CPCB existe desde 1978, mas a ideia e nossa história é ainda mais antiga. Com grandes nomes por nossa trajetória, como Paulo Emilio Salles Gomes, José Tavares Bastos e Cosme Alves Netto, é muito importante ter nosso trabalho com pesquisa e preservação fílmica reconhecido. Este prêmio se torna ainda mais relevante sendo concedido por estas duas entidades: o Arquivo Nacional, com toda seu percurso histórico, e a universo produção, que é uma organização que tem um grande trabalho voltado para a memória, para a educação, para a preservação fílmica e para o cinema patrimônio", destacou Myrna Brandão.

Aplaudido de pé, Clovis Molinari Jr. agradeceu aos amigos e colegas de trabalho. “Não tenho palavras para descrever tamanho reconhecimento. São quase 40 anos de trabalho no Arquivo Nacional e essa homenagem só me incentiva a dar continuidade no foi iniciado por mim no início dos anos 80, que foi a criação e implementação do setor de filmes desta instituição,” lembrou emocionado.

O primeiro dia de Arquivo em Cartaz contou também com a masterclass “Digitalização De Filmes De Arquivo”, ministrada pelo sócio-diretor da Afinal Filmes, Marcelo Pedrazzi. No encontro, foram discutidas a implantação de novos formatos de exibição, a instalação de novos equipamentos e a reestruturação das salas de exibição, bem como a digitalização e manuseio de filmes de arquivo. “Sempre tem algo que a gente precisa aprender e aprimorar. É essa oportunidade que oficinas como as oferecidas pelo festival nos proporciona. A de hoje, por exemplo, abordou a conservação fílmica, esclarecendo como guardar um registro para posteriormente, sem perder conteúdo. Esse reconhecimento, para nós que trabalhamos com cinema, é fundamental”, Creuza Gravina, jornalista e documentarista.

As ações formativas continuarão nesta terça-feira, 05/12, com a oficina “Noções Básicas De Conservação De Películas Cinematográficas”. Com início às 09h, a atividade será ministrada pelo arquivista Mauro Domingues. Já às 10h, o Mini Auditório do Arquivo Nacional receberá o debate “Filmes de família, cinema doméstico e cinema amador: questões conceituais, produção e usos”. Mediada pelo servidor do AN Christiano Cantarino, a mesa contará com a presença do homenageado Clovis Molinari Jr., da professora de graduação em Cinema da PUC-Rio, Patricia Machado, e da coordenadora do Núcleo Audiovisual e Documentário do CPDOC/FGV, Thais Blank. O encontro tem como objetivo discutir aspectos pertinentes à temática que pauta a edição deste ano do Arquivo em Cartaz.

Outro destaque do segundo dia de festival, o início das sessões da Mostra Competitiva reunirá exibições longas e médias. Os filmes candidatos ao Troféu Batoque disputam os votos de um júri oficial e popular e precisam ter 20% de imagens de arquivo para concorrer. Às 15h é a vez dos médias, com “Seguindo a Linha: A História de Ricardo Prado”, de André Bomfim; “Indíos no Poder”, de Rodrigo Arajeju; e “Ymã Arandu”, de Maia Lannes. Já às 16h30, a tela do Cine-Teatro será tomada pelo longa búlgaro “Next Stop – Odeon Cinema”, de Ekaterina Minkova. Na sequência, às 18h, na mesma categoria, “Cacaso na Corda Bamba”, de José Joaquim Salles e PH Souza.

Às 19h30, encerrando as atividades do dia, o Cine-Pátio recebe a pré-estreia nacional do filme “Todos Os Paulos do Mundo”, de Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira. O longa apresenta a história do ator Paulo José, no ano em que completa 80 anos de vida. A exibição do documentário “Educação”, de Isaac Pipano e Cezar Migliorin, na Mostra Arquivo Faz Escola, e do média “Flávio Cavalcanti era campeão de audiência nos anos 70”, da editora-chefe Luciana Savaget, na Mostra Arquivo N, completam a programação desta terça.